Se voltarmos 50 mil anos, à era Paleolítica, aos primórdios do Homo sapiens, o que encontraremos é que o mundo era cheio de perigos, várias forças fazendo de tudo para nos matar. Nada pessoal. Quer fosse o clima, falta de recursos, talvez um tigre dente-de-sabre, todas essas coisas trabalhando para reduzir nossa expectativa de vida. Então, evoluímos e nos tornamos animais sociais, e vivíamos e trabalhávamos juntos no que chamo de círculo de segurança, dentro da tribo, que considerávamos o nosso lugar. E quando nos sentíamos seguros entre nós, a reação natural era de confiança e de cooperação. Há benefícios claros nisso. Significa que posso adormecer à noite e confiar que alguém de minha tribo estará alerta ao perigo. Se não confiamos um no outro, se não confio em você, significa que você não ficará alerta. Péssimo sistema de sobrevivência.
A atualidade é exatamente a mesma coisa. O mundo está cheio de perigos, que tentam frustar as nossas vidas ou reduzir o nosso sucesso, reduzir a nossa hipótese de sucesso. Podem ser os altos e baixos da economia, as incertezas do mercado de ações. Pode ser uma nova tecnologia que torna o nosso modelo de negócio obsoleto do dia para a noite. Ou pode ser a nossa concorrência que por vezes tenta matar-nos. Às vezes tenta pôr-nos fora de actividade, mas, no mínimo, esforça-se bastante para contrariar o nosso crescimento e roubar-nos o nosso negócio. Não temos controlo sobre estas forças. São uma constante e não vão desaparecer.
A única variável são as condições dentro da organização. É aí que a liderança faz a diferença, porque é o líder que estabelece o tom. Quando um líder faz a escolha de colocar a segurança e as vidas das pessoas dentro da organização em primeiro lugar, sacrificar o seu conforto e sacrificar os resultados tangíveis para que as pessoas se mantenham e se sintam seguras, com sentimento de pertença, acontecem coisas extraordinárias.